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"eu imagino o prazer que a natureza deve sentir quando abrimos nossos corações e expressamos nossos talentos dados por Deus, o som de aprovação voa pelo universo e o mundo inteiro se enche de magia. A maravilha invade nossos corações, porém é muito breve a brincadeira da vida." (grammy 1993)

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Entrevista com Raymone Bain - Porta-voz e empresária geral de Michael Jackson durante Seus Últimos 7 Anos




Entrevista com Raymone Bain (Parte 1)

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Entrevista com Raymone Bain
Publicada pela Revista Sister2Sister em agosto de 2009
Traduzida por Lucas Bucchile


Porta-voz e empresária geral de Michael Jackson durante Seus Últimos 7 Anos

Uma reveladora, tocante, triste e feliz história sobre a intimidade do Rei do Pop durante os anos difíceis, desde seu julgamento por uma acusação de abuso sexual infantil até sua morte prematura.



Olá família S2S, eu tenho um atrativo especial para vocês nesta edição, embora seja algo que esperava não estar escrevendo porque a perda de Michael Jackson ainda está reverberando com tanta dor. Milhões ainda estão em luto, mas poucos tiveram a chance de conhecê-lo como minha amiga Raymone Bain, que foi sua publicitária e, mais tarde, empresária geral durante sete anos. Ela esteve com ele durante seus dias mais escuros - cinco meses de terror ao enfrentar a corte sob acusação de molestar um garoto. Ridicularizado e reverenciado. Desprezado. Adorado. Ele nos mostrou faces em mudança, não apenas em cor, mas também por realizações, enquanto a vida o mau tratava e, ao mesmo tempo, o tratava como um santo.

Nada era simples em relação a este homem. Ele era complexo, criativo, talentoso, tímido, astuto, rico, misterioso - foi exonerado na corte, mas muitos refutaram por deixá-lo em paz. Aquele julgamento o desgastou e ele fugiu por meses para o Bahrein, Irlanda e até mesmo Virgínia, finalmente retornando para a Califórnia, onde faleceu. Mas ele nunca retornou para sua amada Neverland, um lugar de conto de fadas que foi revistado e violado pela polícia, imprensa e público, tudo em nome dos julgamentos.

Eu estava com Raymone quando Michael a contratou pela primeira vez. Ela logo se dedicou a combater aqueles que odiaram o fato dela ter alcançado tal posição privilegiada com ele e aqueles que acreditavam que ele teve intimidade com garotinhos. Afinal, quem é essa mulher negra que Michael escolheu para ser sua porta-voz? Ele escolheu alguém que luta por seus clientes - alguém que o grande estrategista político Hamilton Jordan considerou extremamente leal. Ela é uma leoa. Ela lutou por Babyface, Serena Williams, o duas vezes prefeito de Washington Marion Barry, Boyz II Men e o campeão de boxe Macho Camacho. Você acreditaria que ela até venceu uma batalha com Don King, uma batalha que incluiu cadeiras e água sendo arremessadas pelo quarto?! Você acreditaria que ela trabalhou como parte da Casa Branca de Jimmy Carter quando estava em seus 20 anos? Ela se formou na Spelman College e teve sua licenciatura em Direito pela Georgetown University Smart.

Durante o julgamento de Michael, Raymone teve dias duros com os 3000 membros da imprensa de todo mundo, da qual todos queriam uma parte de Michael. Ao mesmo tempo, ela estava batalhando advogados, assistentes, alguns membros da família, etc., que simplesmente não a queriam por lá.

Enquanto nos preparávamos para esta entrevista, Raymone estava tremendamente triste. Pouco antes de seu amigo e chefe Michael Jackson falecer, ela teve que processá-lo porque ele não honrou alguns dos contratos que tinha com ela. Hoje, nós acreditamos que no fim nem tudo estava certo com ele, mas ela sente saudades. Eles eram como primos que brigam; próximos, com respeito mútuo. Raymone foi inclusive convidada a sentar com a família Jackson durante o memorial de Michael. Eu pude estar com ambos quando estive no Japão por cerca de seis dias. Agora, tenho o privilégio de dividir com vocês minha longa amizade com Raymone e uma impressionante dose de sua relação com Michael antes dele subir ao paraíso.

Vamos agora acompanhar Raymone dizendo a mim e à editora da S2S Sabrina Parker como tudo começou:

Raymone: Eu me lembro que fui até a Geórgia com Muhammad Ali e o levei para conhecer Jimmy Carter. Quando a reunião estava terminando, Jimmy Carter chamou minha atenção e disse: Você conhece Michael Jackson?! Eu adoraria trabalhar com ele. Ele está fazendo tanta coisa impressionante. Então eu voltei e telefonei para Bob Jones, que tornou isso possível. Então eles tiveram a conferência de imprensa e foi a Heal the World... tanto faz.

(Naqueles dias,) Eu não tinha exatamente alguma interação com Michael, mas nós tivemos esta história: Eu estava em vários conselhos e comissões; iríamos angariar fundos e sempre ligava para Bob Jones: Você pode me enviar um fedora? Pode me enviar alguém mais? Ele enviou e ajudou a levantar dinheiro para o Boarder Babies e todas essas caridades.

Sabrina: Quem era Bob Jones para Michael?

Raymone: Ele era, na época, seu publicitário. Isso foi há muitos anos. Então, em 2003, Oracene (a mãe de Venus e Serena Williams) disse que adoraria (conhecer Michael Jackson). Então alguém me disse para chamar Evvy Tavasci.

Sabrina: Quem era ela?

Raymone: Sua assistente executiva, na época. E então eu disse, Venus e Serena Williams adorariam conhecer Michael e eu quero fazer algo especial para elas. Posso trazê-las para conhecê-lo? E eu quero que seja surpresa. Ela disse, Michael adoraria conhecê-las. Ele as admira muito.

Então eu disse a elas que teria uma surpresa, mas eu tive que contar que surpresa era para (as irmãs de Venus e Serena) Isha, Yetunde e Lyndrea e (seus pais) Oracene e Richard.

Jamie: Todos eles foram?

Raymone: Yetunde e seus filhos, Lyndrea e Isha, foram. Então, eu tive que planejar tudo isso durante um torneio de tênis. Então Venus tinha uma conferência de imprensa no mesmo dia e nós decidimos fazer aquilo. E elas estavam me perguntando, Bem, para onde estamos indo? Eu não posso dizer!

Então estávamos na 405 seguindo para o norte. Então Serena diz, Espere só um minuto: estamos andando sem parar. E Venus diz, Onde estamos indo para a surpresa? Eu estarei surpresa - pode me falar.

Então Isha e todo mundo respondeu: Não podemos dizer. Foi muito bom ter parceiros no crime. Então rodamos e rodamos. Finalmente, Serena diz Escute, estou me cansando. Então ou paramos para que eu desça do carro ou damos meia-volta ou você vai me dizer para onde estamos indo. Então eu disse, Vamos comprar um cheeseburguer ou qualquer coisa. Então paramos por ali e pegamos alguma coisa no in-N-Out Burguer.

Finalmente, Serena diz, Você sabe do que? Já me cansei e vou parar. Você vai me dizer para onde estamos indo ou eu vou voltar. Para ser sincero, eles foram tão doces, porque a maioria das pessoas não estaria dirigindo por uma hora e dizendo, Por que estamos indo para cá?

Então eu disse, Eu sei que vocês querem conhecer Michael Jackson. O que? Não me diga que é pra lá que estamos indo! Não me diga! Então acho que paramos por algum lugar e compramos um CD do Michael Jackson. Nós ou arrumávamos um CD ou não teríamos nenhum, mas elas cantaram músicas de Michael Jackson por todo o caminho até Los Olivos.

Então chegamos lá e entramos. Ele sai, e Serena literalmente tem que se encostar nos meus ombros.

Jamie: (rindo) Com a altura dela!

Raymone: E Venus! Ele sai e diz oi. Eu acho que ninguém além de mim disse oi. Acho que belisquei Serena e ela disse oi. Então ele nos tomou pessoalmente em uma tour por tudo. Demos uma volta e ele arrumou um jantar maravilhoso para nós. Serena e eu fomos as que mais falamos; todos estavam mais quietos.

Os filhos de Yetunde estavam lá e brincaram com Prince e Paris. Blanket só tinha cerca de 4 ou 5 meses na época. Nós conhecemos Grace (antiga babá dos filhos de Michael), que é maravilhosa, elegante e bem educada - incrível.

Então Michael falava enquanto nos levava para passear. E todo o resto estava só quieto, mas Serena e eu nos livramos de nossa timidez porque falamos bastante. Só ficamos papeando, papeando, papeando.

Então Serena disse, Não estou vendo nenhuma luva ou jaqueta. Eu disse, Nem eu. Então ela diz, Bem, você acha que seria deselegante perguntar para ele? E eu disse, Agora que a gente já está aqui dentro de Neverland, acho que não tem problema. Ela diz, Bem, vai perguntar pra ele? Eu disse, Não, você pergunta. Agora todo mundo está quieto, não sabem que nós duas estamos tramando.

Então Michael diz, O que? Serena e eu ficamos só rindo e cochichando. Então Michael diz, O que foi? Então nós dissemos, Escute, não estamos vendo muitos de seus prêmios, jaquetas ou luvas por aí. Gostaríamos de ver. Serena pergunta, Por que você não deixa eles por aqui? E ele diz, Bem, eu não quero que minhas crianças se envolvam no que eu sou e no que eu faço. Isso imediatamente me atingiu de um jeito fantástico.

E elas são crianças fabulosas. Então ele diz, Oh, vocês gostariam de ver? O que vocês querem ver? Bem, as jaquetas, as luvas, os sapatos, os chapéus, os prêmios.

Então ele nos levou para seu quarto e então para o closet. E Serena e eu provamos, eu acho, todas as jaquetas no closet. Estávamos, Oh não, tudo bem? E ele disse, Vai em frente, pode sim.

Jamie: E ele dançava nelas.

Raymone: Nós perguntamos a ele, Como, afinal, você consegue fazer o moonwalk como se estivesse no ar em uma jaqueta que pesa tanto assim? Ele começou a rir e disse, Bem, você sabe. Eu ensaio, e você se acostuma.

Nós estávamos satisfeitas. Provamos todas as jaquetas de Michael Jackson! Quero dizer cada uma delas, eu acho, que provamos. Parecíamos crianças em uma loja de doces. E ele era tão gentil e as criancinhas tão gentis. Prince nos levou para seu quarto e nos mostrou seus brinquedos e as coisas de que ele gostava.

Então, logo em seguida, Grace tomou Serena e eu e disse: o Sr. Jackson está esperando por vocês lá fora. E nós dissemos, De verdade?

Então saímos lá fora, aqui está um bonito Rolls-Royce. Era azul marinho com um topo bege; eu nunca vou esquecer. Era maravilhoso e eu nunca tinha andado em um Rolls-Royce antes.

Então Michael vai para o volante! Serena olha pra mim e eu olho pra ela, e Michael diz, Venham, quero que vocês duas entrem. Então Serena sussurra, Raymone, ele sabe dirigir? Eu nunca vi ele dirigindo. Para onde estamos indo? Está bastante escuro aqui. Então ele disse, O que? Ele achou nós duas engraçadas porque não parávamos com cochichos e risadinhas.

E então perguntamos a ele, Bem, para onde estamos indo? Ele disse, Ah, eu tenho algo a mostrar para vocês. Então Serena estava olhando para mim e eu estava olhando para ela e ele diz, Entrem, entrem! O que? O que há de errado?

Então nós dissemos, Você sabe dirigir? Ele diz, É, eu sei. Serena diz: Espere aí, tem certeza que sabe? Porque eu já peguei o jornal e li um monte de coisas, mas nunca li onde as pessoas dizem que Michael Jackson estava dirigindo pela Sunset Boulevard.

Ele começou a rir e disse, Venham, eu sei dirigir, eu sei dirigir. Então estava escuro e a estrada dobrava e virava, mas ainda estávamos na propriedade. As irmãs de Serena estavam nos outros carros, mas foi só por essa afinidade que fomos as mais faladoras e mais curiosas. Todos os outros estavam agindo do modo como deviam, mas não nós duas. Nós provamos todas as jaquetas e olhamos em todos os quartos.

Então ele nos leva para essa casa na propriedade e é lá onde todos os prêmios estão. Da vida toda, Prêmios da MTV -

Jamie: Era a casa de filmes?

Raymone: Não, uh-huh. Era diferente. É, ele tinha o parque de diversão, o zoológico, o teatro, e então essa outra casa que tinha todas as luvas. Estavam em um estojo de vidro com o aviso não toque, não toque. E a gente ficava, Podemos experimentar uma? Então ele disse, Sim, claro. E quero dizer que ele foi o mais maravilhoso anfitrião e a mais maravilhosa pessoa. Serena e eu ficávamos, Olha, olha, está vendo? Não está escuro aqui?! E ele estava rindo. Então nós vimos todos os prêmios e provamos as luvas.

Então ele nos levou de volta. Pessoalmente, você sabe, no seu carro. E então voltamos para a casa e olhamos para o relógio e, você sabe, Serena estava em um torneio. Então ele disse, Vocês querem passar a noite? E realmente pensamos sobre isso. Eram 3 da manhã. Nós chegamos lá de tarde e ele foi tão acolhedor e cortês para nós e eles foram tão gentis. Nós tiramos fotos e Serena e eu dissemos, Bem, nós ainda teremos elas de volta? E ele disse, Eles vão processá-las aqui mesmo. Podemos esperar? Sim, você pode processar as fotos logo ali. Eu nunca tinha visto aquilo antes porque isso foi em 2003. E Grace foi tão gentil; ela disse, Bom, se vocês querem, eu lhes dou as fotos, tudo bem?

Então ele nos levou de volta e disse, Está tão tarde. Vocês todas querem passar a noite? Bem, eu e Serena, nós quase nos sentimos obrigadas a aceitar.

Pouco nós sabíamos: Ele foi um anfitrião tão gentil e maravilhoso, Serena me ligou na manhã seguinte, e disse, Raymone, ligue na CNN! Michael está indo para a corte. Eu me sinto tão mal! Nós o deixamos acordado a noite toda e ele está indo para a corte.

Jamie: Oh, não.

Raymone: Isso foi quando colocaram aquela foto horrorosa dele na primeira página do jornal. E Serena disse, "Esse não é o Michael Jackson que vimos noite passada, é? Eu disse, Uh-uh. Não é. O Michael Jackson que vimos era muito bonito. Eu disse, É, provavelmente é um disfarce porque este não é o Michael Jackson que vimos em sua casa.

Jamie: Este é o primeiro caso na justiça?

Raymone: Com Marcel Avram, eu acredito, o promotor que estava o processando.

Então os chamei e os agradeci no dia seguinte, e foram todos tão maravilhosos - Evvy, Grace, e Michael, as crianças - eles foram tão gentis e maravilhosos conosco.

Então Grace e eu mantivemos contato. Ele saiu do país - e então houve o caso do bebê pendurado. E ele sabia o que faço porque me perguntou, Bem, o que é que você faz? E eu disse, Eu trabalhei para Babyface e ele tem estado no estúdio com você. E eu estava lá na Coréia com você em 1998 com Boyz II Men.

E então lá estava Serena e eu, e fizemos ele rir a noite toda. Quer dizer, não saíamos pra fazer de propósito mas a propriedade era tão fantástica. Tudo era tão bem cuidado e inspirador. Ele era inspirador. E ver todas aquelas fotos - Eu lembro de ter visto uma foto de Bill Clinton segurando Prince na sua mão - ele era tão pequeno - e ele tinha a foto na parede.

E ele tinha fotografias de membros da família escondidos nelas e dizia para Serena e eu, Aposto que vocês não acham Janet nessa foto. E nós sentávamos lá procurando, escolhíamos alguém que não era Janet e ele começava a rir e então escolhíamos alguém mais e ele dizia, Bom, vocês não conseguem achar. E nós dizíamos, Ah, não, nós vamos achar! Espere só um minuto.

Nós continuamos a nos comunicar, você sabe. Então logo após aquilo, me perguntaram minha opinião sobre o que eu faria, e na época ele tinha tantos publicitários.

Jamie: Foi ele que perguntou, ou foi a Grace?

Raymone: É, ele pediu para a Grace me ligar e perguntar. E então aconteceu o horrível mandato de prisão.

Jamie: Que mandato foi esse?

Raymone: Quando ele foi acusado.

Jamie: Por aquilo?

Raymone: É, abuso de menores. Pouco depois disso me perguntaram se eu consideraria vir e agir como sua publicitária/ porta-voz.

Jamie: O que você achou?

Raymone: Eu chamei todo mundo e gritei! Eu disse, Adivinhem o que?! Quer dizer, eu não pude acreditar. Eu voei para lá, e foi quando fiquei por lá por cerca de 16 semanas.

Jamie: Como foi isso? Não foi a coisa mais fácil. Ele tinha, sim, um monte de advogados, e o que você teve de lidar por lá?

Raymone: Eu tive de lidar com tanta coisa. Coisas do tipo, de onde ela veio? Quem é ela? E então havia alguns publicitários que foram deixados porque ele sentiu que precisava de uma só voz. Um de meus primeiros atos foi enviar em seu nome cartas de cessação e desistência dizendo para ficarem quietos porque, como é o caso agora, há pessoas que ele não via há anos, não conversava, não gostava, não queria que falassem em seu nome e que não tinha conversado há tantos anos que de qualquer forma não saberiam o que dizer.

Foi um circo. E foi logo antes dele ter que se apresentar à corte. Ele disse, Eu não gosto disso. Simplesmente não sou eu. E, uma das coisas que estimo bastante agora, e o que me separou, eu acho, dos outros publicitários e talvez empresários, os empresários gerais - eu acho que fui sua primeira empresária geral - foi o acesso incondicional que tinha para com ele. Você tem que ter acesso à pessoa que está representando para criar oportunidades, para perseguir as oportunidades e para completá-las com sucesso.

Jamie: Eu estava lá no quarto com você. Havia vários advogados e pessoas que estavam tentando tirar você de lá.

Raymone: E isso foi o que aconteceu (quando eu estava trabalhando) com boxe. Eles brigam com você, mas no fim vocês acabam gostando um do outro. Mas foi assim; quem é essa estranha? Não é mais tanto agora, mas foi o caso ao longo dos anos. Eu tive tantas experiências agora, tanto aqui nos EUA, e internacionalmente, que não sou mais uma estranha. Eu já fui bem analisada e regurgitada.

Jamie: Eu notei como pessoas como C. Dolores Tucker, Bill Clinton, Martin Luther King, Jesse Jackson - pessoas de destaque que foram bombardeadas com coisas negativas - elas são capazes de compartimentalizar isso, se manter na ativa e seguir adiante.

Raymone: Bem, como Michael durante o julgamento. Foi quase como ele estivesse vivendo duas vidas. Ele não quis que suas crianças fossem afetadas por aquilo. Nós passamos por muito estresse - só o estresse de levantar toda manhã para estar na corte às 8:30. Então quando ele saía de lá todo dia, deixava para trás toda a bagagem e todo o estresse do julgamento e se tornava o Papai; cuidando de sua tarefa de casa, levando-os para comprar sorvete, levando-os para o cinema - apenas dando a eles um tempo de paz. Ele deixava o estresse e o desgaste e a preocupação e os problemas na porta. Ele entrava e fazia parecer que estava tudo bem quando realmente não estava. Sua vida estava por um fio. Eu ainda não sei como ele foi capaz de fazer aquilo.

Jamie: O que vocês todos disseram?

Raymone: Então depois das crianças irem para a cama, ele ligava para mim e os advogados. Ele tinha encontros tarde da noite com seus contabilistas e conselheiros. Então me ligava às 2 ou 3:00 da manhã, talvez às 4, então ia pra cama e acordava para vir à corte. E isso foi todo dia por meses. Mas uma das coisas que eu disse para todos é, as pessoas olham para os recordes de Michael - quase um bilhão de álbuns vendidos mundialmente, 140 milhões de cópias de Thriller, $300 milhões doados a caridades - como seu legado. Mas seu verdadeiro legado será suas crianças. Elas vão ser o seu maior legado.

Jamie: Por que você diz isso?

Raymone: Porque ele fez um grande trabalho como pai. Eles têm valores, são corteses e são gentis.


(... continua)
http://www.reidopop.com/mjbeats/showthread.php?t=20549

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